As políticas da RSC estão chegando tanto às linhas de negócio como às filiais e operações locais da empresa internacional espanhola

25/03/2014

As empresas espanholas mais internacionalizadas acreditam que a RSC ou Responsabilidade Social Corporativa é importante ou muito importante no contexto internacional no qual operam. Esta é uma das conclusões da pesquisa sobre Internacionalização e Responsabilidade Social na empresa espanhola, elaborada pelo Global Centre for Sustainable Business da Deusto Business School, com o patrocínio da Fundação Elecnor.

De acordo com o relatório, realizado a partir de entrevistas com os responsáveis pela RSC das empresas internacionalizadas espanholas do Ibex 35*, a RSC conseguiu não só ser útil, mas também imprescindível nos negócios. E neste terreno, a internacionalização foi um motor de progresso.

Para 83% das empresas analisadas, a razão básica do progresso na RSC, que experimentaram mediante processo de internacionalização, deveu-se à aprendizagem em relação aos riscos não financeiros da empresa. E para 66%, o motor da sua aprendizagem se baseou no fato de terem sido encontradas novas oportunidades de criação de valor nos novos contextos locais.

As empresas internacionalizadas reconhecem também no estudo o papel preponderante desempenhado por parte dos investidores institucionais. Sua crescente exigência de práticas de desempenho da RSC como condição de investimento está estimulando a transformação da RSC em um elemento ativo nos “road shows” das empresas.

Por outro lado, a RSC se tornou uma alavanca de grande importância para garantir uma relação sustentável e positiva das empresas (cujas atividades têm um impacto significativo nas economias e sociedades em países emergentes ou em desenvolvimento) com as autoridades desses países, assim como com as comunidades locais.

As empresas entrevistadas ressaltam que, nos casos de venda a clientes que não são consumidores finais, a RSC começa a ser uma ferramenta útil para conseguir a contratação de novos projetos.

O relatório também reflete que a função da RSC é global e ao mesmo tempo atua de forma local. Assim, em 42% das empresas analisadas, o alto comitê da RSC que funciona transversalmente à empresa, é reproduzido à escala nos países onde opera. Em 42% dos casos, a função da RSC tem uma rede de interlocutores ou especialistas nos diversos países, mas 58% das empresas têm uma equipe da RSC em cada país principal onde opera ou já está avançando nessa direção a partir da existência de equipes em alguns países.

Além disso, em 91% das organizações estudadas nesta análise, os objetivos anuais da RSC são realizados por meio da interação entre a função da RSC e das unidades de negócio ou das equipes locais.

A RSC já foi incorporada nos elementos de desempenho das funções corporativas, das unidades de negócio e das filiais “e esse processo não tem volta atrás”, destacam as empresas analisadas, das quais 50% afirmam que o compromisso com a sustentabilidade se encontra inscrito na missão ou na visão que têm do seu negócio.

Na imensa maioria dessas empresas (83%) existe um órgão executivo e transversal que dirige a RSC e a sua função se encontra ao mais alto nível. Em 58% dos casos, existe uma subcomissão do conselho de administração de acompanhamento da RSC.

O autor do relatório, Manuel Escudero, diretor do Global Centre for Sustainable Business destaca o avanço importante da RSC nos últimos cinco anos, em plena crise. “Comprovamos um avanço muito significativo da RSC. Começa a ser uma realidade o processo de mudança do papel da empresa no século XXI que evoluiu de uma empresa irresponsável cujo único objetivo era a maximização do valor das ações para uma empresa que trava as condutas irresponsáveis e previne os impactos negativos tanto sociais como ambientais”. Escudero acrescenta que, “no entanto, nem todas as empresas estudadas nesta pesquisa terminaram a viagem ao núcleo do negócio. Todas elas merecem, e com nota alta, a qualificação de empresas responsáveis avançadas. No entanto, são menos as que conseguiram colocar a RSC no núcleo do seu negócio. As empresas que o conseguiram têm, claramente, um propósito social inscrito no propósito de fazer dinheiro. E isso as torna substancialmente diferentes das empresas que, sendo avançadas em suas práticas da RSC, ainda não transformaram a própria natureza do negócio. Talvez, esta seja a nova fronteira da RSC”.

O estudo completo pode ser baixado em www.dbs.deusto.es/sustainablebusiness

I Fórum de Diálogo Deusto Business School Fundação Elecnor

A Universidade de Deusto apresentou este Relatório no I Fórum de Diálogo Deusto Business School Fundação Elecnor que, realizado a 25 de março, reuniu especialistas mundiais para falar sobre a importância da Responsabilidade Social Corporativa e da Sustentabilidade Corporativa como elemento indispensável na internacionalização da empresa. Entre os oradores principais estava Ernst Ligteringen, CEO da Global Reporting Initiative. O Fórum também incluiu uma mesa redonda com responsáveis políticos como Arantza Quiroga, Ramón Jauregi e José Ramón Beloki.

Este encontro, liderado pelo Deusto Global Center for Sustainable Business, centro global para a educação em negócios sustentáveis da Universidade, faz parte do convênio de parceria, assinado entre a Fundação Elecnor e a Deusto Business School, para pôr em funcionamento e desenvolver conjuntamente fóruns e ações de formação no campo da sustentabilidade, a RSC e a inovação social.

Programa da Jornada

O Reitor da Universidade de Deusto José María Guibert, o Presidente da Elecnor e da Fundação Elecnor, Fernando Azaola, e o Vice-conselheiro de Emprego e Trabalho do Governo Basco, Ricardo Barcala, foram os encarregados de inaugurar este encontro em que Jesús Gracia, Secretário de Estado de Cooperação para o Desenvolvimento, apresentou a conferência "Internacionalização da Empresa e Contribuição para o Desenvolvimento". A seguir, foi realizada a mesa redonda sobre RSC e Internacionalização, na qual especialistas em RSC falaram sobre o significado dos processos da RSC na internacionalização de empresas. Os oradores foram: José Antonio Gutiérrez, Diretor da Fundação Endesa; Felicidad Cristóbal, CEO da ArcelorMittal Foundation; Elena Valderrábano, Diretora-geral da Fundação Telefónica; e Juan Felipe Puerta, Diretor da RSC e Reputação da Iberdrola.

Em seguida, foi realizada uma nova mesa redonda sob o título: "Parcerias Público-Privadas, uma aposta de futuro da RSC", com a participação de representantes públicos e do terceiro setor sobre o estado e as perspectivas das parcerias público-privadas. Os oradores foram: Rafael Martín de Bustamante, Conselheiro Delegado da Elecnor; José Ramón Beloki, ex-deputado do PNV no Parlamento; Arantza Quiroga, Presidente do Partido Popular do País Basco; Ramón Jáuregui, ex-ministro e Deputado no Parlamento pelo PSOE; e Eduardo San Martín, Diretor Rotary Club, Zona 13.

O Fórum terminou com um almoço em que se falou do tema "O futuro da RSC no horizonte 2020", com Ernst Ligteringen, CEO da Global Reporting Initiative, introduzido por José Luis Blasco, sócio responsável pelas Alterações Climáticas e Sustentabilidade para a Europa, Oriente Médio e África da KPMG.

A Fundação Elecnor é uma entidade privada sem fins lucrativos que amplia a atividade da empresa ao âmbito social em duas áreas: infraestrutura social, formação e pesquisa. O objetivo é demonstrar o compromisso da engenharia com o ser humano e com a sociedade. Para conseguir uma maior eficácia, o trabalho da Fundação está estreitamente ligado ao da própria atividade da Elecnor, uma das principais empresas espanholas e de referência nos setores de infraestruturas, energias renováveis e novas tecnologias, com presença em mais de 30 países e 12 500 funcionários.

A Deusto Business School é a escola de Administração de Empresas da Universidade de Deusto especializada na prestação de serviços de formação no âmbito da educação executiva e conta com uma ampla experiência na execução e gestão dos referidos serviços, dispondo de uma equipe suficientemente experimentada no desenvolvimento das tarefas próprias de suas atividades.

*Foram selecionadas as empresas do Ibex com mais notoriedade em matéria da RSC, de acordo com oito indicadores (liderança em seu setor no Dow Jones Sustainability Index, liderança em seu setor no FTSE4GOOD, ser membro do Carbon Disclosure Project, pertencer ao grupo de líderes do Global Compact das Nações Unidas, Global Compact LEAD. Classificação A no Global Reporting Initiative, Classificação de Advanced no Global Compact das Nações Unidas, fazer parte do grupo de empresas mencionadas no "Merco Responsáveis" e fazer parte do grupo de empresas mencionados no Global 100.

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